quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Fibromialgia e os conflitos da desvalorização

A Fibromialgia é considerada uma doença crônica, ela causa dor musculoesquelética generalizada e difusa, além de fadiga extrema, distúrbios do sono, perturbações cognitivas, entre outros sintomas.


História da Fibromialgia

A fibromialgia foi associada ao ‘reumatismo’ em 1824 por Balfour na Inglaterra, ele percebeu que alguns pacientes apresentavam pontos musculares hipersensíveis à palpação, além disso havia uma dor que se irradiava. A fibromialgia já foi referida por várias denominações, e em 1976 o termo “Fibromialgia” se estabeleceu.

Mas foi somente em 1981 que se firmaram os primeiros critérios de classificação da fibromialgia, e em 1990 estabeleceram-se os critérios oficiais de diagnóstico.

O que as pessoas acometidas por essa doença sentem?

Apesar da fibromialgia não acometer órgão internos, não causar deformação e nem reduzir a esperança de vida, ela pode ser extremamente dolorosa e incapacitante, o que irá afetar a vida social e limitar atividades laborais ou domésticas.

Cada paciente pode sentir a dor em níveis variados, indo de sintomas leves até a dores incapacitantes, que levam o doente a permanecer acamado por alguns períodos.

Quais são as causas da Fibromialgia?

As pesquisas na área têm levantado possíveis causas para a fibromialgia, dentre elas, alterações em áreas como o sistema nervoso central, sistema nervoso autônomo, músculos, sono, genética, problemas no sistema imunitário, metabolismo e estado psíquico dos doentes.

Outros fatores isolados ou combinados (stress, traumas físicos ou emocionais, etc.) também podem estar presentes, sendo mais provável que a doença seja uma combinação de fatores e causas.

Existe cura?

Infelizmente ainda não foi descoberto algo para erradicar definitivamente os sintomas da fibromialgia, até mesmo o diagnostico é difícil, devido aos exames laboratoriais não demostrarem nenhuma alteração, os exames complementares de diagnóstico também não são eficazes, sendo assim, o diagnóstico é feito mediante ao histórico clínico do doente e exclusão de outras doenças.

Apesar da dificuldade de diagnóstico, atualmente se sabe que há alterações nas áreas cerebrais responsáveis pela percepção e processamento da dor, causando uma sensibilidade extrema aos estímulos dolorosos.

Sabe-se também que os sintomas podem se agravar com mudanças de clima, umidade, frio, alterações hormonais, stress, depressão, ansiedade, tensão ou até um esforço físico maior que o habitual. Sendo assim, normalmente os reumatologistas escolhem entrar com medicações que irão melhoram a qualidade de vida do paciente, aliviando os sintomas.

O que o nosso corpo quer nos contar sobre a Fibromialgia

Apenas cerca de 2% a 5% da população adulta, dependendo dos países, desenvolverão a doença. Mas um fato interessante de se mencionar é que a prevalência da doença é de 80% a 90% no sexo feminino entre os 20 e os 50 anos, aumentando progressivamente com a idade. 

Os estudos da psicossomática nos levam aos chamados conflitos de DESVALORIZAÇÃO, relacionados com causas emocionais familiares. Como a maioria das sociedades modernas ainda são patriarcais, percebendo a mulher como aquela que deve cuidar e dedicar a vida à família, podemos começar a entender um pouco do porquê a maioria dos acometidos são do sexo feminino.

Destrinchando os termos da própria nomenclatura da doença, já podemos entender um pouco:

Fibro - Fazendo referência aos tendões e ligamentos. Os cordões dos quais tudo se prende, os pontos de fixação (para os músculos). A capacidade de converter a própria força e energia em AÇÃO. A fibromialgia nesse ponto sugere uma dificuldade de agir.

Mio - Faz referência ao músculo. O significado simbólico do motor do corpo, desenvolvimento da força. Incapacidade de adaptação ao mundo exterior, erguer as defesas no âmbito do corpo e da alma. Ausência de forças para seguir adiante, sensação de IMPOTÊNCIA. Conflito de Cordeiro: “Não sei o que fazer”; “Não sei onde ir”.  

Algia = Dor - Toda dor é uma coação do corpo para o perceber e o sentir, é um sistema defensivo do corpo. Os tecidos pedem por socorro da circulação sanguínea. Geralmente as dores nos nervos clamam por vias de realização oprimidas e estreitas, são as dores anímicas de uma alma atormentada, que se reflete em dor física. Normalmente a dor física é proporcional a dor moral / psicológica.

Nosso corpo está reagindo a nossas atitudes

O corpo sempre irá encontrar um jeito de chamar atenção para conflitos interiores. Diante do dilema da necessidade de ação em prol de si mesmo (conflitos do movimento) cria-se uma contrariedade tão intensa que a melhor solução biológica encontrada pelo corpo é PARAR (devido a dor e fadiga intensa).

Nosso corpo grita para chamar atenção para nós mesmos, para a necessidade de agir - para e por nós. Muitas vezes o doente que sofre com a fibromialgia volta toda a sua atenção para os OUTROS e esquece de si mesmo. O conflito surge do íntimo que quer independência, quer viver a própria vida, mas sente culpa por não se voltar totalmente a aqueles que ama.

A crença inconsciente base da fibromialgia é: “Eu nasci para ajudar, cuidar e servir...”

Isso fica claro, em pessoas que esquecem de tomar suas próprias medicações, mas não se esquecem do horário de servir o remédio de um familiar. Dizem que amam ajudar e cuidar, mas no fundo, sentem-se injustiçadas (e até com ódio) porque não vivem a própria vida e não encontram a proporção nos outros para os cuidados que doam.

Em uma vida que gira em torno da família e pessoas amadas mais próximas, a pessoa acaba por se anular pessoalmente. Porem este sentimento servil chegará ao seu limite e a dor e sofrimento por não assumirem o seu próprio caminho irão cobrar o preço. Na busca de um papel daquele “que cuida” ou que “todos precisam” a dor incapacitante da fibromialgia, vem inverter os papeis de dependência.

A Remissão

Reaja à percepção da dor tão depressa quanto possível, responda aos gritos de socorro e busque resolver os conflitos agressivos do tecido, encarando as corajosas discussões no plano anímico-espiritual para dar cabo ao tema.

No plano anímico:

Sua necessidade vital de assumir a individualidade, desejos e vontades, não deve ser oprimida. Entenda que não há “dupla obrigação”: sua vontade interior de expansão na vida versus as obrigações para com familiares e amigos. Estes impulsos são contrários, não há como servir aos dois. Enquanto houver este conflito a fibromialgia irá persistir e muitas vezes te PARAR.

Livre-se da culpa, da dependência emocional, da constante necessidade de servir aos outros e ser reconhecido, seu valor não está no quando você se doa. 

Entenda que seu comportamento de auto desvalorização acabará por refletir suas próprias carências emocionais e aqueles que você tanto busca ajudar podem acabar menosprezando sua devoção, o que irá aumentar a sensação de desvalorização.

Permita-se atividades que lhe dão prazer, de preferência sozinho, se dê ao luxo de não dividir seu tempo com ninguém (pelo menos nesse momento de remissão), pratique a DISTÂNCIA SAUDÁVEL, para mais tarde encontrar um equilíbrio entre o seu prazer individual e as atividades para a família.

Procure se amar, se conhecer, se apaixonar por você!  Mas lembre-se, como todo início de relacionamento, isso levará algum tempo, não se cobre demais, com o tempo o autocuidado irá se tornar natural.   

No plano físico:

Mova-se para estimular a circulação e promover o transporte de substâncias excretadas, exercite-se (com moderação!), se doe aos seus tecidos musculares (doação positiva). A doação para o músculo significa movimento, compressas quentes, banhos de imersão quentes e desafios físicos, como por exemplo a prática de esportes.

LEMBRE-SE: Mantenha-se em movimento nos planos espiritual, anímico e muscular!

Fontes de pesquisa para esse artigo: 

  1. Myos - https://myos.pt/
  2. Verdades do Corpo - Fibromialgia, a doença das amarras familiares - https://www.verdadesdocorpo.com/
  3. A Doença como Símbolo - Rudiger Dahlke
  4. A Doença como Linguagem da Alma
Imagem:  Engin Akyurt / Pexels

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